De repente meu corpo começou a dar sinais: parei de fumar (fiquei com abuso), meus seios começaram a crescer, estava com os nervos a flor da pele....minha menstruação que nunca atrasará estava atrasada há uns 10 dias. Eu pensei....Será? Desde agosto eu e o Mozim (Sidinei – meu marido) havíamos “liberado”, entre aspas, pois em algumas vezes deixávamos, outras não. Mas em setembro, depois de uma noitada, na semana de 10 a 14.09, fizemos a Luísa com muito amor.
Quando contei os sinais à mamãe em outra noitada, depois de alguns vinhos, ela disse: Será que tu ta grávida? Todos olharam na mesa e correram para comprar o teste de farmácia. Até hoje não sei se deu positivo ou negativo....foi uma confusão, todo mundo muito feliz. No dia seguinte fiz o teste no laboratório e veio à resposta no dia 15.10: POSITIVO. Teríamos um bebê, comecei a regrar a minha alimentação, parei de beber e comecei a ler sobre o assunto.
Primeiro ultrassom foi dia 03 de novembro não deu para ver o sexo, era um feijãozinho de 2 cm.. Estava tão feliz. Meu corpo começou a mudar, os enjôos começaram sempre as manhãs.
Só comecei a curtir mesmo a gravidez com cinco meses e foi quando a barriga apareceu e que soube que era menina, pois a Lulu estava sempre com as pernas fechadas ou o cordão umbilical no meio das perninhas dela.
A partir daí foi dedicação exclusiva, muito carinho, atenção, amor. O mozinho conversava horas com ela na barriga, se emocionava e brincava, chamando-a de lulu. Eu, todos os dias cumpria o ritual de beleza e passava óleo massageando e conversando com a Luísa.
Quando descobrimos que era menina ficamos em dúvida sobre o nome: Eu queria um nome forte e que tivesse nas letras do Chico Buarque, Sidinei queria um nome bonito. Ficamos em dúvida sobre Luísa e Isabela, até que decidimos por Luísa, por causa do seu significado: Guerreira.
Nas últimas semanas era só expectativa, será que vai ser normal? Eu queria normal e muito. Fiquei muito ansiosa e a lulu pelo contrário estava adorando ficar dentro da barriga, quentinha e aconchegante. E nós ansiosos, queríamos muito saber como ela seria.
No dia 10.06 fui ao obstetra, já estava com 40 semanas e 2 dias e nada da Lulu querer conhecer o mundo. Então resolvemos marcar a cesárea para o dia seguinte, pois a placenta já estava em grau 3, ou seja, não estava alimentando mais o bebê de forma correta.
No dia 11.06, começou o meu desespero, minha gravidez foi super tranqüila, havia engordado somente 8 kg e não havia inchado nada. Porém não havia encontrado a baba, pois a que eu contratei ficou doente e estava muito nervosa, queria ter ido à praia, tomado um banho de mar, relaxado para poder fazer o parto, ouvir música clássica, essas coisas que fazemos para relaxar. Não consegui fazer nada disso, tive que ir pedir a autorização na Unimed. Sai às pressas para o Hospital, fiquei um hora esperando entrar no apartamento e ainda bebi água sem saber que não podia ou sabia e não prestei atenção.
Estava nervosa, quando entrei na sala de cirurgia, a anestesista não conseguia achar minha coluna para aplicar a anestesia, passei 20 minutos de lado com ela furando minha coluna. Depois comecei a vomitar e fiquei mais nervosa, pois estava passando mal.
Mas de repente, tudo desapareceu, foi quando escutei o choro, era a Luísa, com 49 cm e 2.975 grs. Linda, forte, saudável. Foi a maior emoção que senti em toda minha vida. Chorei de emoção e alívio, por vê-la assim, tão forte, seu teste de apgar foi 9 no primeiro minuto e 10 após 5 minutos.
Olhei para ela, depois para o Sidinei e chorei....chorei de felicidade. Fui para o quarto e ela já estava mamando nos meus seios, agarrou de primeira e não soltou mais até saciar sua fome. Os cinco primeiros dias foram complicados, tive dores de cabeça horríveis por conta da anestesia e não conseguia me levantar da cama e muito menos curtir a Luísa da forma como eu queria, mas após os cinco dias até hoje, tem sido dias maravilhosos, de muita descoberta, amor, emoção e felicidade.
Todos os dias acordo com ela querendo mamar com um sorriso do tamanho do mundo, muitas vezes acordo de noite para ver se está tudo bem, coloco o rostinho perto da sua boca para ver se está respirando.
Ficamos horas conversando, eu falando e ela soltando gritinhos, observando e querendo imitar meus gestos. Tenho certeza que mesmo não entendendo o que estou dizendo ela entende que é amor. Eu abraço, beijo, sorrio, choro...É a felicidade plena.
